quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Questão de Tempo (About Time)

Direção: Richard Curtis
País: Reino Unido
Ano: 2013





Richard Curtis é um cineasta despretensioso, que usa da sétima arte pra trazer uma mensagem divertida de esperança e amor ao seu público; mas em Questão de Tempo, seu último filme, Curtis se superou.

About Time conta a estória de Tim (Domhnall Gleeson), um ruivo inglês desajeitado, que descobre através de seu pai (Bill Nighy) que todos os homens da família possuem a capacidade de voltar no tempo e modificar seu passado. Com isso ele usa de tal artifício para conquistar a mulher amada, corrigir seus erros, e melhorar sua vida como ser humano.

Apesar de parecer uma comédia romântica comum, Questão de Tempo vai além. Richard Curtis usa do recurso da “viagem no tempo” para focar nas coisas simples da vida; as ações e suas consequências, os erros que não podem ser consertados, o tempo que perdemos com trabalho e coisas fúteis.



A estória, escrita pelo próprio diretor (conhecido pelos roteiros de O Diário de Bridget Jones e Um Lugar Chamado Notting Hill), brinca com a forma que Tim tenta resolver seus pequenos problemas em busca de um amor e conforme o tempo passa, o romance deixa de ser o protagonista da estória e o relacionamento com seu pai vai tornando-se um dos alvos da trama, assim como sua luta por um mundo menos corrido e mais calmo, onde se vive cada dia por vez, onde não nos aborrecemos com futilidades, onde encaramos nossos problemas como desafios para melhorarmos nosso modo de viver, e assim, Curtis deixa sua mensagem.


Se em Os Piratas do Rock (2009), o navio, símbolo das rádios piratas dos anos 1960 na Inglaterra, afunda e a mensagem do rock n’ roll se espalha pela eternidade, em Questão de Tempo, nada é para sempre, mas cada dia é um presente divino, que deve ser vivido com tamanha intensidade mostrada por Tim e seu velho pai.

Estreia dia 20 de dezembro nos cinemas!!

Gustavo Halfen

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug)

Direção: Peter Jackson
País: EUA, Nova Zelândia
Ano: 2013
  

Na segunda parte da adaptação do livro “infantil” O Hobbit, Peter Jackson deixa de lado o clima ingênuo e pueril, tão enfatizado no primeiro capítulo desta trilogia, para dar mais ênfase ao tom sombrio e as cenas de ação E, não poderia ser diferente, agora Bilbo já encontrou o anel, que desencadeará a trilogia O Senhor dos Anéis, tornando-o um personagem mais sério e ambicioso; aliás, ambição é o principal tema de “A Desolação de Smaug”, Bilbo pelo anel, o anão Thorin pelo seu reinado de volta, Smaug pelo ouro, o elfo Légolas por sua paixão, que não cabe aqui salientar.

É impressionante o quão majestoso Peter jackson conseguiu adaptar o universo de O Hobbit. O que vemos aqui, não são apenas excelentes cenas de ação, atuações e efeitos especiais. “A Desolação de Smaug” é um milagre cinematográfico. Tudo é fantasioso, cada segundo do filme é uma experiência imagética única e alucinógena. Isso sem falar no dragão Smaug que com certeza será o dragão mais fantástico já visto no cinema, além de seu enorme tamanho que nunca cabe inteiro na telona. A dublagem feita por Bennedict Cumberbatch para o Dragão Smaug também e algo que passa uma sensação de onipotência. A cena dos anões fugindo em barris pelo rio Elfico e, as aranhas gigantes é algo extraordinário.




Existe desde “O Hobbit: Uma jornada inesperada” a reivindicação por parte da crítica e dos expectadores em geral, da duração do longa de 161 min. Porém, todas as adaptações cinematográficas de livros, sempre deixam vazios na estória e desagradam à quem os leu. O universo de Tolkien é imenso e rico e, sim, deve ser explorado ao máximo. “A desolação de Smaug” esbanja detalhes que fascina o espectador; nos levando a um mundo fantástico e sonhador. E não é este o verdadeiro sentido do cinema?

Nos cinemas!

Gustavo Halfen