Direção: Rodrigo Aragão
País: Brasil
Ano: 2008
Mangue Negro é o primeiro longa do diretor brasileiro
Rodrigo Aragão. Cineasta capixaba que já havia dirigido alguns curtas metragens
no estilo trashs: Chupa Cabras (2004),Peixe Podre (2005) e Peixe Podre II (2006).
O filme se passa em uma região de mangue isolada do
mundo moderno, onde a poluição dos manguezais faz com que toda a fauna e flora
local acabem e começa a surgir uma “infecção” onde as pessoas viram zumbis, assim
como àqueles que são mordidos pelos mesmos. A história é mais centrada em Luis
(Walderrama do Santos) que aos poucos vai se tornando um especialista em matar
os mortos vivos com seu machado, para proteger sua amada Raquel (Kika de
Oliveira).
O filme é bem trash;
as atuações são tão péssimas que é difícil achar que não foi proposital. Assim
como o roteiro, a fotografia também é precária, percebe-se a falta de cuidado
com a luz. Porém o filme ganha pontos positivos na excelente maquiagem e
efeitos. Os zumbis são muito bem feitos, temos aqui o uso também de animatronics (animações com recursos
mecânicos), tudo feito pelo próprio Rodrigo Aragão.
O filme critica a poluição dos manguezais no nordeste.
Outro mérito do filme é a invenção de lendas e folclores brasileiros; temos no
filme uma senhora que é uma espécie de oráculo, visionária apocalíptica,
profeta, bruxa e conselheira, Dona Benedita também conversa com espíritos e
sabe como curar quem foi mordido por um zumbi através do uso do veneno do
baiacu.
Mangue Negro, rodado no Espírito Santo e teve um
orçamento de aproximadamente R$ 50 mil reais. Fez parte da seleção oficial do Festival Sci Fi de Londres e ganhou prêmio de melhor filme pelo júri popular,
melhor diretor estreante e melhores efeitos especiais no Festival Buenos Aires
Rojo Sangre, na Argentina.
Gustavo Halfen