Direção: Gareth Edwards
País: EUA, Japão
Ano: 2014
Nos anos 1950 no Japão, o país
estava devastado pela 2ª Guerra Mundial e vivendo intensamente os horrores
causados pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. A censura ocidental
impedia os japoneses de produzirem um filme mostrando os horrores causados
pelos estadunidenses; com isso surgiu a ideia de Godzilla; um monstro
gigantesco mutante em virtude de testes nucleares, que por onde passa deixa
medo e destruição.
Em 2013, o diretor Gareth
Edwards, já familiarizado com o tema, por seu filme Monsters (2010), é chamado para dirigir o novo Godzilla. O grande
desafio deste filme era utilizar a metáfora do ataque nuclear sofrido em 1945
no Japão, homenagear o filme original de 1954, trazer a temática para a atualidade
e ainda produzir um blockbuster.
Edwards não só conseguiu este
feito como teve a perspicácia de lembrar-nos do acidente em Fukushima em 2011,
onde um terremoto de 8,9 pontos na escala
Richter, causou um tsunami que abalou as estruturas da Central Nuclear de
Fukushima I, provocando vazamento de radioatividade e contaminando a água do
mar.
Na trama uma usina nuclear no
Japão é destruída por um abalo sísmico desconhecido que causa um tsunami, onde
toda a cidade é abandonada devido ao vazamento radioativo. Quinze anos depois,
terremotos com o mesmo comportamento voltam a assombrar a superfície da Terra e
logo se descobre os gigantes monstros que vêm assombrar a tranquilidade do ser
humano.
O diretor não julga Godzilla e
seu inimigo natural como seres malévolos, mas sim como seres naturais em sua
cadeia alimentar, como o ser humano e as formigas, que as pisa e não sente remorso.
Ele demonstra seus tamanhos em movimentos lentos, respeitando suas escalas, e
vai expondo Godzilla através de silhuetas e sons que na sala de cinemas com
sistema ATMOS cria um hiperrealismo impressionante; aliás o cuidado com o som
foi um dos principais impactos desse longa metragem, que deve ser visto com
sistema próprio para tal. A trilha sonora referencia, e muito, as músicas de
filmes de suspense e terror dos anos 1950, o que nos trás uma nostalgia ainda
maior ao ver Godzilla rugindo.
Godzilla não poderia estar em
melhores mãos que de Gareth. Seu longa nos põe em perigo, fragilidade e medo, nos
lembra do nosso passado assombroso e diverte, como todo bom filme.
Nos melhores cinemas!!
Gustavo Halfen
Nenhum comentário:
Postar um comentário