Direção: Neill Blomkamp
País: EUA
Ano: 2013
Já fazem quatro anos desde que um diretor sul africano,
desconhecido, apareceu em parceria com Pater Jackson, trazendo um filme sobre
alienígenas parecidos com insetos humanóides, que tomaram conta de Joanesburgo,
na África do Sul. O diretor chamava-se Neill Blomkamp e o filme, Distrito 9,
que trouxe uma linguagem mais documental em um filme sobre preconceito social,
racismo, especismo e indústria armamentista. Por todo esse tempo a ansiedade
por um novo trabalho, ou até uma continuação de “Distrito...”, aumentava; e
este ano saiu Elysium.
Elysium se passa em 2154, em um planeta Terra devastado e
coberto de poluição, onde somente a parte precária da população vive lá. Os
mais afortunados moram em uma estação espacial chamada Elysium, próximo ao
planeta, onde respiram um ar puro e possuem todo tipo de conforto, incluindo
alta tecnologia medicinal. Max (Matt Damon) está doente e precisa chegar a
Elysium para curar-se. Porém o transporte até lá é clandestino, e comandado por
um homem poderoso no submundo terráqueo, Spider (Wagner Moura), que pede algo
de grande valor em troca da passagem “espacial”.
A ideia de Elysium é fantástica! A estação espacial é
linda, e seu formato circular referencia a estação espacial de “2001: Uma odisséia
no espaço” (Stanley Kubrick, 1968). A separação de classes sociais é clara, e
não deixa dúvidas todas as críticas sociais presentes no longa. A polícia,
robótica e fria, não perdoa deslizes. A crítica armamentista é tão presente
quanto em seu primeiro filme, que é referenciado nas pequenas naves usadas na Terra;
as trocas de favores entre governo e indústria são constantes. Neil Blomkamp
optou por usar um elenco bem global: Matt Damon e Judie Foster, que são
estadunidenses, Wagner Moura e Alice Braga, brasileiros e Sharlto Copley, o
personagem principal de Distrito 9, que aqui está irreconhecível, é sul
africano. E, não foi à toa esta opção, Elysium explora um ambiente global, onde
toda a população mundial está unida contra a elite.
O segundo filme do sul africano, tem muito o que falar,
mas pouco tempo para tal. Seus 109 minutos de duração não dão conta do recado,
embora possua um elenco brilhante, os personagens são rasos e pouco
desenvolvidos. Spider, o papel interpretado por W. Moura, é um personagem
interessante e complexo, que merecia ser melhor explorado; isso vale também
para todo o grande elenco. Seu desfecho não surpreende, e a perda de um dos
protagonistas, acompanhado pela trilha sonora melódica, transforma o longa em
um novelão.
As comparações de Elysium com seu antecessor, embora
presentes, são desnecessárias; até porque é preciso mais que uma grande ideia e
elenco para repetir o grande feito que foi seu primogênito, Distrito 9.
Hoje nos cinemas!
Gustavo Halfen
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