sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Elysium

Direção: Neill Blomkamp
País: EUA
Ano: 2013 




Já fazem quatro anos desde que um diretor sul africano, desconhecido, apareceu em parceria com Pater Jackson, trazendo um filme sobre alienígenas parecidos com insetos humanóides, que tomaram conta de Joanesburgo, na África do Sul. O diretor chamava-se Neill Blomkamp e o filme, Distrito 9, que trouxe uma linguagem mais documental em um filme sobre preconceito social, racismo, especismo e indústria armamentista. Por todo esse tempo a ansiedade por um novo trabalho, ou até uma continuação de “Distrito...”, aumentava; e este ano saiu Elysium.

Elysium se passa em 2154, em um planeta Terra devastado e coberto de poluição, onde somente a parte precária da população vive lá. Os mais afortunados moram em uma estação espacial chamada Elysium, próximo ao planeta, onde respiram um ar puro e possuem todo tipo de conforto, incluindo alta tecnologia medicinal. Max (Matt Damon) está doente e precisa chegar a Elysium para curar-se. Porém o transporte até lá é clandestino, e comandado por um homem poderoso no submundo terráqueo, Spider (Wagner Moura), que pede algo de grande valor em troca da passagem “espacial”.


A ideia de Elysium é fantástica! A estação espacial é linda, e seu formato circular referencia a estação espacial de “2001: Uma odisséia no espaço” (Stanley Kubrick, 1968). A separação de classes sociais é clara, e não deixa dúvidas todas as críticas sociais presentes no longa. A polícia, robótica e fria, não perdoa deslizes. A crítica armamentista é tão presente quanto em seu primeiro filme, que é referenciado nas pequenas naves usadas na Terra; as trocas de favores entre governo e indústria são constantes. Neil Blomkamp optou por usar um elenco bem global: Matt Damon e Judie Foster, que são estadunidenses, Wagner Moura e Alice Braga, brasileiros e Sharlto Copley, o personagem principal de Distrito 9, que aqui está irreconhecível, é sul africano. E, não foi à toa esta opção, Elysium explora um ambiente global, onde toda a população mundial está unida contra a elite.

O segundo filme do sul africano, tem muito o que falar, mas pouco tempo para tal. Seus 109 minutos de duração não dão conta do recado, embora possua um elenco brilhante, os personagens são rasos e pouco desenvolvidos. Spider, o papel interpretado por W. Moura, é um personagem interessante e complexo, que merecia ser melhor explorado; isso vale também para todo o grande elenco. Seu desfecho não surpreende, e a perda de um dos protagonistas, acompanhado pela trilha sonora melódica, transforma o longa em um novelão.
As comparações de Elysium com seu antecessor, embora presentes, são desnecessárias; até porque é preciso mais que uma grande ideia e elenco para repetir o grande feito que foi seu primogênito, Distrito 9.

Hoje nos cinemas!

Gustavo Halfen

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