Direção: Julio Santi
País: Brasil
Ano: 2016
Davi (Bruno Garcia) é um professor de psicologia que estuda casos
de pessoas que acreditam verem fantasmas. Certo dia é instigado, por sua aluna Renata,
a visitar o sítio de sua família, onde acredita ser assombrado pelo espírito do
antigo caseiro da casa, que se matou. A partir disso Davi se depara com
situações que irão fazê-lo repensar em toda a obra estudada durante sua
carreira de professor e escritor.
O Caseiro é o segundo longa metragem dirigido por Julio
Santi. Nesta história, que mistura fantasia com realidade, Davi começa como um
observador externo e aos poucos vai interagindo com os personagens presentes no
sítio de Renata. O diretor não tem pressa com o roteiro, sua estória é contada
detalhadamente de forma madura e assombrosa, deixando o espectador curioso e
instigado.
Para os amantes de filmes de espíritos e fantasmas, O
Caseiro é um deleite, assim como para os apreciadores de filmes de investigação
e suspense, como eu, caro leitor. Falando em suspense, vale lembrar que o clima
do filme evoca, de certa forma, a direção de M. Night Shyamalan, principalmente
em Sexto Sentido, onde o personagem analisa os fatos de fora e também acaba
interagindo intensamente com o ambiente, antes extrínseco.
Todos os personagens de O caseiro são bem desenvolvidos, e
apresentam uma ambiguidade relevante neste tipo de filme. O defeito do filme,
além de alguns efeitos especiais não convincentes, são alguns diálogos pobres,
junto com uma desagradável direção de atores, que parecem tentar explicar o
filme através de diálogos nada habituais no dialeto nacional. Fora isso, a obra
de Julio Santi merece ser assistida várias vezes, em razão da quantidade de
detalhes que fazem a diferença no seu desenrolar final.
Estreia dia 23/06/2016, nos melhores cinemas!
Gustavo Halfen
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