Direção: Zack Snyder
País: EUA, Canadá
Ano: 2013
Particularmente sou fã dos
trabalhos de Zack Snyder, suas adaptações de quadrinhos sempre foram ousadas e
diferentes da maioria dos filmes de herói clichês de Hollywood. Em 300 (2006), Snyder
cria um universo a parte em um filme quase todo gravado em chroma key, assim como a obra prima Watchmen (2009), onde ele abusa do slow
motion e utiliza diferentes planos para contar a estória dos heróis e anti
heróis dos quadrinhos de Alan Moore, misturando filme arte com entretenimento e agradando os fãs do gênero. Este ano, lança seu sexto filme, em parceria
com Christopher Nolan no roteiro e na produção, Homem de Aço (Man of Steel), uma adaptação dos quadrinhos
do famoso Super Homem, um herói popular e que vem com um histórico de péssimas
adaptações cinematográficas das HQs.
Para adaptar a estória do Homem
de Aço, Christopher Nolan, utilizou-se da fórmula usada na trilogia Batman,
dirigida por ele mesmo, onde ele tenta adequar a HQ para os dias atuais e
aproximando mais o universo quadrinista com a realidade, dando assim
características mais humanas aos personagens.
Na trama, o planeta Krypton está
com seus dias contados e Jor-El (Russel Crowe), um conselheiro do alto escalão
governamental envia seu filho recém nascido, Kal El, para o planeta Terra.
Enquanto isso o general Zod dedica-se aplicar um golpe de Estado com o intuito
de salvar de alguma forma sua espécie e, tenta sem sucesso impedir que o filho
de Jor El viage ao novo planeta. Trinta e três anos se passam e através de
lembranças de Kal El, agora chamado de Clark Kent (Henry Cavill), sua estória na Terra é
contada, dando ênfase ao seu aprendizado com seu pai terráqueo, Jonathan Kent
(Kevin Costner) para controlar seus poderes. Por fim, chega o momento em que o general Zod, que
sobreviveu a explosão de Krypton, vêm à Terra para dominá-la e matar Clark
Kent; este terá então que assumir sua verdadeira identidade perante a
humanidade, e decidir pela aliança aos de sua espécie ou a salvação daqueles
que lhe abrigaram até o momento.
Talvez os fãs mais fiéis do
quadrinho do Homem de Aço se decepcionem com as mudanças na estória do herói,
que possui uma mitologia conhecida e bem definida, mas com certeza tais
mudanças trouxeram uma maior aproximação aos dias atuais, a origem do uniforme,
o “S” no peito, e até mesmo algo que pouco se explorava na estória: o impacto
na humanidade de um alienígena viver entre as pessoas; essa foi umas características diferenciais
do filme. A intenção do pai de Clark em preservar seu filho tentando esconder
seu poderes, devido ao medo de a humanidade não aceitá-lo, traz consequências severas
na vida do futuro Super Homem, que passa a refletir em até que ponto vale a
pena preservar sua individualidade, no entanto, está ideia poderia ter sido
mais explorada. Aliás, tudo em Homem de
Aço é superficial. É notável a dificuldade de se contar uma estória onde existe
muita informação, em contraponto com a duração de um longa metragem. O filme
foi feito para os fãs do cinema hollywoodiano,
recheado de explosões e efeitos que constatam o poder e a força dos kryptonianos. Impossível não notar as
referências de Matrix nas lutas do Super Homem e até mesmo no modo de vida de Krypton
apocalíptica.
Foi ousadia de Snyder aceitar dirigir
uma adaptação cinematográfica de uma HQ tão difícil de se adequar a sétima
arte. Entretanto, “romancezinhos” à parte, comparações com Jesus Cristo,
nacionalismo estadunidense exacerbado, apologia à guerra e as armas, tornam o
filme infantil e pobre de conteúdo, como quase tudo hoje produzido em
Hollywood.
Acho que nem tudo pode dar prazer, e é isso que tem vindo a fazer o filme. Man of steel ser a seu gosto e forma
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