segunda-feira, 15 de julho de 2013

Homem de Aço (Man of Steel)

Direção: Zack Snyder
País: EUA, Canadá
Ano: 2013





Particularmente sou fã dos trabalhos de Zack Snyder, suas adaptações de quadrinhos sempre foram ousadas e diferentes da maioria dos filmes de herói clichês de Hollywood. Em 300 (2006), Snyder cria um universo a parte em um filme quase todo gravado em chroma key, assim como a obra prima Watchmen (2009), onde ele abusa do slow motion e utiliza diferentes planos para contar a estória dos heróis e anti heróis dos quadrinhos de Alan Moore, misturando filme arte com entretenimento e agradando os fãs do gênero. Este ano, lança seu sexto filme, em parceria com Christopher Nolan no roteiro e na produção, Homem de Aço (Man of Steel), uma adaptação dos quadrinhos do famoso Super Homem, um herói popular e que vem com um histórico de péssimas adaptações cinematográficas das HQs.

Para adaptar a estória do Homem de Aço, Christopher Nolan, utilizou-se da fórmula usada na trilogia Batman, dirigida por ele mesmo, onde ele tenta adequar a HQ para os dias atuais e aproximando mais o universo quadrinista com a realidade, dando assim características mais humanas aos personagens.



Na trama, o planeta Krypton está com seus dias contados e Jor-El (Russel Crowe), um conselheiro do alto escalão governamental envia seu filho recém nascido, Kal El, para o planeta Terra. Enquanto isso o general Zod dedica-se aplicar um golpe de Estado com o intuito de salvar de alguma forma sua espécie e, tenta sem sucesso impedir que o filho de Jor El viage ao novo planeta. Trinta e três anos se passam e através de lembranças de Kal El, agora chamado de Clark Kent (Henry Cavill), sua estória na Terra é contada, dando ênfase ao seu aprendizado com seu pai terráqueo, Jonathan Kent (Kevin Costner) para controlar seus poderes. Por fim,  chega o momento em que o general Zod, que sobreviveu a explosão de Krypton, vêm à Terra para dominá-la e matar Clark Kent; este terá então que assumir sua verdadeira identidade perante a humanidade, e decidir pela aliança aos de sua espécie ou a salvação daqueles que lhe abrigaram até o momento.

Talvez os fãs mais fiéis do quadrinho do Homem de Aço se decepcionem com as mudanças na estória do herói, que possui uma mitologia conhecida e bem definida, mas com certeza tais mudanças trouxeram uma maior aproximação aos dias atuais, a origem do uniforme, o “S” no peito, e até mesmo algo que pouco se explorava na estória: o impacto na humanidade de um alienígena viver entre as pessoas; essa foi umas características diferenciais do filme. A intenção do pai de Clark em preservar seu filho tentando esconder seu poderes, devido ao medo de a humanidade não aceitá-lo, traz consequências severas na vida do futuro Super Homem, que passa a refletir em até que ponto vale a pena preservar sua individualidade, no entanto, está ideia poderia ter sido mais explorada. Aliás, tudo em Homem de Aço é superficial. É notável a dificuldade de se contar uma estória onde existe muita informação, em contraponto com a duração de um longa metragem. O filme foi feito para os fãs do cinema hollywoodiano, recheado de explosões e efeitos que constatam o poder e a força dos kryptonianos. Impossível não notar as referências de Matrix nas lutas do Super Homem e até mesmo no modo de vida de Krypton apocalíptica.

Foi ousadia de Snyder aceitar dirigir uma adaptação cinematográfica de uma HQ tão difícil de se adequar a sétima arte. Entretanto, “romancezinhos” à parte, comparações com Jesus Cristo, nacionalismo estadunidense exacerbado, apologia à guerra e as armas, tornam o filme infantil e pobre de conteúdo, como quase tudo hoje produzido em Hollywood.



Nos cinemas!

Gustavo Halfen

Um comentário:

  1. Acho que nem tudo pode dar prazer, e é isso que tem vindo a fazer o filme. Man of steel ser a seu gosto e forma

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