Direção: Nicolas Winding Refn
País: Dinamarca
Ano: 1999
Depois
do sucesso de Pusher, onde o diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn cria o
primeiro filme de gângster da Dinamarca e um dos mais assistidos do país, seu
segundo projeto intitula-se Bleeder que perambula entre a periferia de
Copenhague, onde os protagonistas são pessoas instáveis à beira de um ataque de
nervos.
Leo
(Kim Bodnia) descobre que sua namorada Louise (Rikke Louise Andersson) está
grávida e decidiu ter o filho. Com o peso do mundo em suas costas, aos poucos
Leo vai refletindo sobre o fato de não ter conquistado nada na vida, e a
situação piora quando seu cunhado Louis, um sociopata, o ameaça após saber que
Leo bateu em sua irmã. Prevenindo-se, Leo compra uma arma, a partir daí a
tensão do filme aumenta vagarosamente, onde o diretor compõe um mundo movediço
e traiçoeiro.
O
roteiro é construído na densidade humana e na pressão social, a energia quase
insuportável do filme é extraída das cenas escuras, excelente trabalho de
atuação, cores quentes, além dos fade
outs em vermelho, no fim das cenas, prevendo o derramamento de sangue que
está por vir. Temos também o ator Mads Mikkelsen no papel de Lenny, amigo de
Leo, que trabalha em uma locadora e não sabe conversar sobre outra coisa além
de filmes.
A
trilha sonora completa a obra que vai de John Lennon ao punk, mas com versões
mais cruas e menos conhecidas.
A
violência de Bleeder, caracterizada também em outros filmes do diretor, vai
longe de ser gratuita como nos filmes de Tarantino e companhia. Aqui, a ferida
dói mais! E a dramatização é crua e vermelha!
Gustavo Halfen
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