sexta-feira, 12 de abril de 2013

Bleeder


País: Dinamarca
Ano: 1999






Depois do sucesso de Pusher, onde o diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn cria o primeiro filme de gângster da Dinamarca e um dos mais assistidos do país, seu segundo projeto intitula-se Bleeder que perambula entre a periferia de Copenhague, onde os protagonistas são pessoas instáveis à beira de um ataque de nervos.

Leo (Kim Bodnia) descobre que sua namorada Louise (Rikke Louise Andersson) está grávida e decidiu ter o filho. Com o peso do mundo em suas costas, aos poucos Leo vai refletindo sobre o fato de não ter conquistado nada na vida, e a situação piora quando seu cunhado Louis, um sociopata, o ameaça após saber que Leo bateu em sua irmã. Prevenindo-se, Leo compra uma arma, a partir daí a tensão do filme aumenta vagarosamente, onde o diretor compõe um mundo movediço e traiçoeiro.



O roteiro é construído na densidade humana e na pressão social, a energia quase insuportável do filme é extraída das cenas escuras, excelente trabalho de atuação, cores quentes, além dos fade outs em vermelho, no fim das cenas, prevendo o derramamento de sangue que está por vir. Temos também o ator Mads Mikkelsen no papel de Lenny, amigo de Leo, que trabalha em uma locadora e não sabe conversar sobre outra coisa além de filmes.

A trilha sonora completa a obra que vai de John Lennon ao punk, mas com versões mais cruas e menos conhecidas.



A violência de Bleeder, caracterizada também em outros filmes do diretor, vai longe de ser gratuita como nos filmes de Tarantino e companhia. Aqui, a ferida dói mais! E a dramatização é crua e vermelha!

Gustavo Halfen

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