quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sala do Suicídio (Sala Samobójcow/Suicide Room)


Direção: Jan Komasa
País: Polônia
Ano: 2011



Dominik é um adolescente rico adaptado a vida moderna: pais ausentes, tendências homossexuais, sofre bullying de vez em quando. Após um incidente (acidente) que mostrou sua atração por um colega da escola, ele se isola no quarto, e na internet encontra uma garota chamada Silvia que lhe inicia em um mundo virtual chamado Suicide Room, onde todos são desgostosos com a vida (real) e falam sobre cometerem suicídio.


Suicide Room, mistura realidade virtual com vídeo game de forma onírica e com o charme das animações japonesas. Dominik passa a viver mais na realidade virtual que na real.
Uma crítica da forma como os pais criam seus filhos hoje em dia, o longa exibe como os jovens se entregam à virtualidade da atualidade procurando formas de se relacionar sem precisar fugir do seu próprio “eu” imposto pela sociedade. Assim como todas estas características sociais podem nos levar a decadência.


O filme polonês é belo e bem feito, com um choque entre a beleza da fantasia e a tristeza da realidade, ele nos soca o estomago e nos faz refletir sobre o impacto da realidade virtual na era pós contemporânea. 


Gustavo Halfen

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Zatoichi (Zatôichi)


Direção: Takeshi Kitano
País: Japão
Ano: 2003
Nota: 8,0


É a terceira vez que a estória do guerreiro japonês é adaptada para o cinema. Inspirado na série nipônica homônima, Zatoichi é um guerreiro samurai especialista em espadas, sem passado e cego, que chega em uma cidade dominada pela violência por dois clãs locais. Nosso guerreiro cego utiliza uma bengala que camufla sua espada e trabalha como massagista. Dominado por sentimento de justiça, em nome dos fracos e indefesos Zatoichi irá lutar para acabar com a máfia bastarda da cidade.


A história do samurai cego na verdade é só um pretexto para o diretor Kitano nos apresentar uma obra recheada de lutas com espada que mescla o trash e a comédia. Homenageando o filme Ama-me Esta Noite (Love me Tonight, 1932) o longa japonês ainda intercala cenas baseadas no clássico de 1932, onde os sons de cenas do cotidiano formam uma canção e mistura cores e figurinos que nos remetem ao folclore japonês, nos presenteando com uma obra de grande mérito por sua originalidade e personalidade. 


Curiosidade: o filme Fúria Cega (Blind Fury, 1989) cujo protagonista é interpretado por Rutger Hauer também é baseado na série Zatoichi.



Gustavo Halfen

domingo, 5 de agosto de 2012

A Beira do Caminho


Direção: Breno Silveira
País: Brasil
Ano: 2012
Nota: 6,5


João (João Miguel) é um caminhoneiro rabugento e frustrado com um passado que insiste em lembrar, mas luta para esquecer. Em umas de suas viagens pelo interior de São Paulo ele percebe que há um caroneiro em sua caçamba: Duda (Vinícius Nascimento), um garoto órfão, que parte sozinho a procura do seu pai na capital paulista. Juntos eles terão que alternar o papel de pai e filho para conseguirem sobreviver com as perdas do passado e preencher as lacunas do presente.
Devido ao baixo orçamento do cinema nacional, Breno Silveira aposta suas fichas nas atuações, roteiro e paisagens brasileiras. Costurados a uma trilha sonora inspirada nas velhas canções de Roberto Carlos, seu filme é dividido em capítulos apresentados na forma de frase de para choques de caminhões, que perambulam o empoeirado interior paulista.


A primeira frase de pára-choque de caminhão apresentado no longa nos remete a amargura de João; “Mantenha Distância”; ao encontrar e aceitar Duda em sua viagem, a próxima frase focada nas velhas caçambas pela estrada é “Viver é desenhar sem borracha”; e assim o diretor nos transporta para as estradas brasileiras e nos faz refletir sobre nossas vidas, entrando assim no clima do drama vivido por João e Duda.
A Beira do Caminho não deixa de ser um roadie movie baseado nas velhas canções do “rei” que nos contempla com um Brasil mais próximo do que imaginamos.

Estreia dia 10 de agosto nos cinemas.

Gustavo Halfen

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Bel Ami – O Sedutor (Bel Ami)


Direção: Declan Donnellan, Nick Ormerod
País: Reino Unido, França, Itália
Ano: 2012
Nota: 5,0


Paris em 1890 vivia uma época de grande ascensão, dentre todos os cidadãos franceses que iam tentar a sorte na capital estava George Duroy (Robert Pattison), um ex combatente de guerra, filho de uma família pobre que vai trabalhar em uma ferrovia. Em pouco tempo ele esbarra com um companheiro de farda que trabalha para um jornal e o leva a conhecer sua família e amigos com o intuito de o levar à aristocracia francesa.

George Duroy conhece Madeleine (Uma Thurman), Clotilde (Christina Ricci) e Virgine (Kristin Scott Thomas) mulheres da burguesia francesa. Com o tempo George percebe que as pessoas mais influentes da sociedade não são os homens, mas sim suas esposas. Dotado de beleza e juventude, ele percebe que tem potencial para seduzir tais mulheres e crescer financeira e socialmente. Porem seu despreparo e imaturidade o levam a cometer gafes o fazendo decair perante a alta sociedade francesa.

Embora uma trama interessante, o longa apresenta um roteiro sem passagem de tempo e Robert Pattison não tem o carisma de um sedutor; suas poucas facetas não transparecem ao espectador qual o verdadeiro sentimento do personagem, deixando um buraco na estória, que pouco é preenchido pelas belas atrizes Thurman, Ricci (a melhor do elenco) e Kristin.


Estréia nos cinemas dia 3 de agosto.


Gustavo Halfen

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Aliens, O Resgate (Aliens)


Direção: James Cameron
País: EUA, Reino Unido
Ano: 1986
Nota: 8,0


Depois do sucesso de Alien, o 8º Passageiro, fica a responsabilidade de manter o nível do filme de Ridley Scott; nada melhor que James Cameron para tal função.
Cinqüenta e sete anos depois, enfim Ellen Repley (Sigourney Weaver) consegue chegar a Terra e ninguém acredita em sua história de Aliens que crescem no corpo humano e tem ácido como sangue. O planeta onde ela, junto a nave Nostromo haviam encontrado o Alien já é habitado por seres humanos e nenhum vestígio de sua estória é encontrado até o momento. Então ela é contratada para voltar ao planeta e verificar junto a uma equipe o motivo de a comunicação com o planeta foi interrompida.

Agora com muito mais tecnologia de efeitos especiais, Aliens, O Regate supera seu primogênito com muito mais história, suspense e ação. Uma equipe de fuzileiros, junto a Ellen vão até o planeta para matar a forma de vida que pode estar extinguindo a população humana no local.

O longa mostra com mais clareza os aliens e supera em susto o espectador. Se você gostou de Alien de R. Scott, vai curtir o Aliens de J. Cameron.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Mistérios e Paixões (Naked Lunch)


Direção: David Cronenberg
País: Canadá, Reino Unido, Japão
Ano: 1991
Nota: 8,0


Willian Lee (Peter Weller)é um escritor frustrado que trabalha com desinfecção de insetos. Joan (Judy Davis), sua esposa, viciada em injetar e cheirar o veneno de barata, o influencia a provar a substância. Após a primeira viagem com o veneno, Willian se vicia na “droga” e entra em viagens em seu próprio mundo, deixando transparecer sua frustração pela escrita, seu relacionamento com Joan , insetos e conspiração. Sua alucinação o leva a um lugar distante chamado Interzone. Lá ele terá que conviver entre a ficção e a realidade.


Não haveria melhor adaptação para o livro beatnik de William Burroughs. Influenciado pelo movimento da época Burroughs escreveu um livro não linear baseado em suas viagens junkies, sobre sua obsessão por escrever um livro, e sua magoa por assassinar “acidentalmente” sua mulher em uma “brincadeira” à Guilherme Tell; tentando acertar com um tiro, um copo em cima da cabeça de sua esposa.


Cronenberg nos leva a uma viagem experimental onde nada e tudo fazem sentido, onde toda a trama é desfocada em cada entrada de coadjuvantes na estória, confundindo o espectador entre o que é realidade e o que é delírio do personagem. Mesclando a biografia e a obra de Burroughs, o diretor canadense homenageia de forma alucinante o autor beatnik nos passando a sensação de um ensaio literário experimental, lisérgico e inadaptável ao cinema. 

Cartaz minimalista do filme.

Gustavo Halfen

domingo, 29 de julho de 2012

Sete Dias com Marilyn (My Week With Marilyn)


Direção: Simon Curtis
País: Reino Unido, EUA
Ano: 2011
Nota: 8,5


Baseado no livro de Colin Clark, o longa conta os dias do próprio Colin, ainda um desconhecido jovem de 23 anos que consegue o cargo de terceiro assistente de direção do filme O Príncipe Encantado, do diretor Laurence Olivier, onde a estrela principal é Marilyn Monroe. Aos poucos Colin se aproxima de sua diva e os dois passam uma semana vivendo momentos íntimos que para Colin são inesquecíveis.


Ao olhar para a notória capa onde Michelle Willians irá representar o papel da maior estrela feminina de Hollywood, é impossível deixar a desconfiança de lado, assim como não admirar sua ousadia. Porém em sua primeira aparição em Sete Dias Com Marilyn todo o frio da barriga se vai por água a baixo. M. Willians conseguiu captar todos os trejeitos, voz e sorrisos de Monroe; e logo você só enxerga Marilyn.

Imagem do ensaio de Michelle Willians no papel de Marilyn para  a revista QG. 

Acompanhando passo a passo a ascensão de Colin, o espectador se sente como o personagem, que não quer se entregar ao charme da diva californiana, mas lentamente vai se encantando por sua beleza, seu jeito humano, sonhador, experiente e ao mesmo tempo frágil que a atriz consegue passar para as telas. O longa explora a insegurança de Marilyn ao interpretar no cinema inglês, e sua dependência por barbitúricos, e cessa quando as filmagens de O Príncipe Encantando terminam e Colin nunca mais volta a ver sua deusa hollywoodiana.

Comparação de atriz M. Willians no papel de Marilyn e da própria diva do cinema.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Zumbis da Neve (Død Snø)


Direção: Tommy Wirkola
País: Noruega
Ano: 2009
Nota: 5,0


Um grupo de jovens vai passar um fim de semana nas montanhas da Noruega quando descobrem que uma maldição assombra o local desde a 2ª Guerra Mundial. Soldados nazista da época se tornaram zumbis.


O filme enrola de mais em cenas de suspense desnecessárias e quando começa a ficar bom, a alegria dura pouco. Filmes considerados trash normalmente possuem excesso de cenas de sexo, violência e sangue. Zumbis na Neve embora possua lindas atrizes peca na ausência de sexo. As cenas dos zumbis nazistas na neve, junto ao vermelho sangue e a trilha sonora norueguesa deu um toque de originalidade e beleza no filme que poderia ter sido melhor aproveitada.


Porém o filme não perde seu mérito de autenticidade e merece destaque na crítica social da forma de como a nossa sociedade enxerga os nazistas hoje: soldados monstruosos sedentos por morte. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)


Direção: Christopher Nolan
País: EUA, Reino Unido
Ano: 2012
Nota: 7,0 


Já fazia oitos anos desde que Batman (Christian Bale) assumira a culpa do assassinato do “Cavaleiro Branco” Harvey Dent (Aaron Eckhart), e se mantinha recluso e triste com a morte de sua paixão Rachel. Porém um novo inimigo aparece querendo destruir Gotham: Bane (Tom Hardy) que treinou na Liga das Sombras, assim como Bruce Wayne. Agora o milionário de Gotham volta a usar a máscara do morcego. Porém ainda fora de forma, em seu primeiro encontro com seu inimigo, Batman é derrotado, e a cidade perde seu herói.



Christopher Nolan conseguiu corrigir muitos dos seus erros cometidos nos filmes da sequência; as lutas estão mais convincentes e o roteiro já não peca tanto em cenas previsíveis. Logo quando você se sente seguro em sua poltrona ao ver Batman em ação novamente, o homem morcego decai, deixando o espectador sem ter a quem recorrer. Repleto de idas e vindas, a história prende a atenção e Bane supera Coringa em frieza e agilidade, exceto no final (SPOILER) quando Bane quase chora ao relembrar seu passado.



Embora o filme supere todos da seqüência de Nolan, seu maior erro continua sendo humanizar e tentar adaptar a estória para a atualidade, pois muitas cenas ficam sem sentido; o diretor brinca muito com os personagens que ora são fortes, ora são fracos, ora são frágeis, ora são brutos. Parece que o filme tenta iludir quem está assistindo com cenas de ação muito bem feitas para esquecer das diferentes formas mais simples de resolver os planos de Bane.
SPOILER: na resolução final do filme quando Batman leva a bomba nuclear para o centro do lago, pergunta-se: por que ele não fez isso antes? Se a bomba explodiu em meio ao lago, não deveria haver uma onda gigante que devastaria Gotham de vez?


 27 de julho nos cinemas!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)


Direção: Christopher Nolan
País: EUA, Reino Unido
Ano: 2008
Nota: 5,0


Agora maduro, o herói sombrio (Christian Bale) de Gotham City terá problemas maiores. Coringa (Heath Ledger) embora não tão caricato e fiel aos quadrinhos como Jack Nicholson em Batman (Tim Burton, 1989) agora é mais real e sinistro. Apaixonado pelo caos ele criará situações inusitadas para ferir o coração de todos os personagens ditos bonzinhos da estória, além de converter alguns para o lado negro da natureza humana.


Embora muito aclamado pelo público e pela crítica, The Dark Knight recheado de boas atuações, personagens complexos e efeitos especiais; não engana, e ao final você se sente um idiota em acreditar em uma estória tão sem sentido e repleta de erros. E verás agora algumas observações relevantes da um fã do Batman criado por Tim Burton.
O que acontece com a voz de Bruce Wayne quando ele põe a máscara, que simplesmente engrossa e fica rouca? Como que ninguém notou que o Hospital de Gotham está recheado de explosivos? Por que Batman apanha de todo mundo, cai de alturas elevadas e quando vai atropelar o Coringa, perde o controle, bate e desmaia? Como Maroni consegue andar tranquilamente depois que Batman quebra suas pernas? Por que a musa de Batman, Rachel, que antes era protagonizada pela meiga Katie Holmes, agora é pela “sem sal” Maggie Gyllenhaal? Agora a pior (CUIDADO SPOILER!): por que Batman consegue bater em todos os policiais da Swat e quando vai lutar com Coringa ele apanha pra três cachorros!?


Filmes de heróis sempre possuem situações insólitas que nos remetem o extraordinário, porém O Cavaleiro das Trevas é nada convincente, e deixa o espectador se sentindo um idiota por ter-se perdido quase duas horas e meia da vida para ver tanta bobagem.