sábado, 15 de setembro de 2012

Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for a Old Man)


Direção: Ethan Coen, Joel Coen
País: EUA
Ano: 2007




O impressionante é a perfeição metódica e o cuidado com os detalhes nos filmes dos irmãos Coen. Até mesmo em um filme que superficialmente soe extremamente sério, o humor negro da “dupla” é sempre presente e a desconstrução de velhas estórias é agora o tema principal.


Ao inicio de “Onde os Fracos Não Têm Vez” já sentimos a ausência da trilha sonora e, planos de fotografias de ambientes texanos, lembrando muito o inicio do filme de Stanley Kubrick: Odisséia no Espaço (1968), onde somente silencio e deserto estão presentes; nos dando o clima e o ambiente onde toda a estória vai passar.


A trama se passa em meados dos anos 1980 onde Llewelyn Moss (Josh Brolin) encontra uma encruzilhada de um tiroteio recente e acha uma maleta cheia de dólares e decide levá-la consigo. Porém um assassino em série está em busca dos dólares e está disposto a matar todos (e outros) que passarem por seu caminho.


O interessante da estória são os personagem bem caricatos: o serial killer Anton Chigurh (Javier Barden) possui um cabelinho nerd muito usado pelos imigrantes ilegais mexicanos dos anos 1960, sua voz está grossa e robótica e sua presença é bastante enigmática e assustadora; todas suas vítimas são pessoas aparentemente ingênuas e de bom coração aumentando ainda mais seu lado negro; o xerife é um homem calmo, desesperançoso e preguiçoso que tem um colega de polícia extremamente despreparado e burro. O único personagem mais comum, o qual nos identificamos, é Llewlyn que é um “fugitivo errante” e desastrado, ao contrário de Anton.

Poster alternativo do filme "Onde Os Fracos Não Tem Vez".

O longa não deixa de ser um faroeste onde vemos a desconstrução do herói e a formação de um mito, e só quem conhece o jeito dos irmão Coen de dirigir percebe as piadas ácidas e o deboche tanto com os costumes estadunidenses sulistas, como com a própria estória em si.

Gustavo Halfen

Um comentário:

  1. Acabei de assistir este filme.Eu gostei do resultado final, mesmo havendo aquela quebra narrativa no suspense, que ao meu ver deveria seguir até o fim da projeção. Talvez o livro seja mais reflexivo e os irmãos Coen queriam finalizar deste modo.

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